Entrevista Actual

Olá! Hoje [14-07-2012] publico mais uma entrevista. Motor Racing News teve a oportunidade de entrevistar uma jovem promessa do Zimbabué para o automobilismo: Axcil Jefferies. O piloto vindo de África está este ano a competir na Fórmula 2 FIA.
Axcil Jefferies iniciou-se no karting com seis anos, em 2001. No ano seguinte competiu no Campeonato Nacional do Zimbabué de Cadetes sendo terceiro. Igual resultado obteve nesse ano no Campeonato de Clubes de Cadetes do Zimbabué. Em 2003, Jefferies repetiu ambos os campeonatos sagrando-se campeão. O jovem zimbabuano repetiu o feito em 2004, vencendo todas as corridas, sendo eleito o Piloto do Ano.
2005 marcou a internacionalização da carreira de Axcil Jefferies, competindo no Campeonato Rotax Sul-Africano ficando oito vezes no pódio. Em 2006, também na África do Sul, Axcil Jefferies foi terceiro no Campeonato Nacional Sul-Africano Mini Max, com nove vitórias e um total de 15 pódios. A etapa sul-africana do jovem do Zimbabué continuou em 2007, com os títulos Nacional e Regional de Mini Max e o terceiro lugar no Junior Max Sul-Africano. Ainda em 2007, Jefferies foi o mais novo a competir no Campeonato Europeu de karting.
Foi em 2008 que Axcil Jefferies se estreou verdadeiramente fora da Europa. Além da conquista do Nacional Sul-Africano de Junior Max e foi o vencedor da primeira ronda do Rotax Euro Challenge (disputada na França). No Campeonato Europeu Rotax desse ano, o zimbabuano foi vencedor de cinco provas. Na Grand Final Mundial de Rotax de 2008, Jefferies conseguiu um fantástico segundo lugar na geral.
No ano de 2009 Axcil Jefferies estreou-se nos monolugares. Venceu a Fórmula BMW Scolarship (uma bolsa) venceu duas corridas e fez um total de seis pódios na Fórmula BMW Pacific sendo terceiro na geral.
2010 e 2011 foram anos relativamente parados para Axcil Jefferies. O piloto do Zimbabué regressou este ano (2012) para competir na Fórmula 2 FIA a partir da terceira ronda. Até ao momento de publicação da entrevista, Jefferies já tinha alcançado sete pontos.
Eis a entrevista:

1 – Como começou a sua paixão pelas corridas de carros?
O meu pai e eu sempre seguimos o desporto motorizado, principalmente a Fórmula 1 e somos adeptos apaixonados. Nós íamos ver as corridas sempre que podíamos. O meu pai começou por me comprar um kart para diversão quanto eu tinha cinco anos, mas nós ficámos instantaneamente viciados.
2 – Qual foi o melhor momento na sua carreira até agora? Porquê?
O meu melhor momento foi a minha primeira vitória na Europa, em Salbris, França, no karting. A competição foi tão difícil esse ano, e foi em condições de tempo molhado com as quais não estávamos familiarizados vindo de África. Foi um grande momento para mim, e um ponto de definição da minha carreira.
3 – Qual foi o pior momento da sua carreira até agora? Porquê?
Definitivamente 2010-11. Não poder correr durante dois anos foi extremamente difícil. Correr foi o que fiz durante 10 anos, por isso foi extremamente difícil sentar-me e ver pilotos contra quem corri a competir em altos níveis. Mas eu usei isto para me motivar, e estou de volta a correr na Fórmula 2.
4 – Quais são os pilotos que gosta mais como adversários?
Eu penso que é sempre bom estar a competir contra o melhor no mundo. Assim podes-te auto-avaliar e ver onde precisas de melhorar.
5 – É do Zimbabué, um país sem visibilidade nos desportos motorizados mundiais. Tenho duas questões acerca disto:
5a – Foi difícil começar a tua carreira (ao nível nacional e ao nível internacional)?
5b – É o primeiro, ou um dos primeiros, pilotos do Zimbabué?

Foi difícil começar. O desporto motorizado no Zimbabué era muito grande e competitivo quando comecei em 2002. De facto, anteriormente tivemos dois pilotos de Fórmula 1, John Maxwell Lineham Love e Sam Tingle.
6 – Li no seu website que começou no karting em 2002, no seu país, e em 2004 dominou um campeonato. Este foi o ano mais fácil da sua carreira até agora?
2004 foi um bom ano para mim. Consegui aprender muito em dois anos. Claro que não foi fácil, mas conseguimos ser consistentes, o que se mostrou no fim do ano.
7 – A sua primeira época for a do Zimbabué foi na África do Sul em 2005. Foi difícil mudar de país quanto tinha 11 anos de idade?
Foi muito entusiasmante desenvolver a minha carreira na África do Sul, apesar de mais uma vez termos que passar pela fase de aprendizagem. O karting sul-africano produziu e ainda produz vários campeões mundiais de karting todos os anos, por isso tivemos que correr o nosso.
8 – A sua época de estreia nos monolugares foi em 2009. No primeiro ano somou duas vitórias e seis pódios na Fórmula BMW Pacific, e foi o vencedor da Fórmula BMW Scolarship. Esperava um primeiro ano tão bem-sucedido?
Para ser honesto nós colocámos a nossa expectativa em alta para o primeiro ano nos monolugares. O desempenho foi esperado por mim e pelo meu pai porque já tínhamos corrido no karting contra a maioria dos pilotos, por isso não abordámos as corridas de forma diferente.
9 – Vi que esteve quase parado em 2010 e 2011. Quais foram as razões? Foi difícil este ano regressar ao desporto motorizado de alto nível?
Falta de orçamento, uma história comum no desporto motorizado. Foi um pouco difícil regressar depois de dois anos e saltar para a Fórmula 2, mas estamos constantemente a aprender.
10 – Este ano está a competir na Fórmula 2 FIA. Em Spa-Francorchamps somou um brilhante oitavo lugar na qualificação para a segunda corrida, sendo sétimo na mesma prova. Como se sente acerca disto?
Estou feliz com a forma como as coisas correm neste momento. Temos que ser humildes e aceitar que 2012 será um ano de aprendizagem para nós, mas estamos a melhorar a cada momento que entramos no carro.
11 – Quais são as suas expectativas para o futuro? Qual o seu objectivo principal para a sua carreira?
2013 será o ano em que tentarei o campeonato de Fórmula 2 e o prestigiado teste de Fórmula 1 com a Williams. Olhando mais além, gostaria de trazer África de volta à grelha da Fórmula 1.
12 – E a minha última questão: pode “enviar” uma mensagem aos seus fãs?
Eu gostaria de agradecer muito a todos por todo o apoio que me têm dado, eles ajudaram-me muito a chegar onde estou e a correr novamente.