02/04/10

Entrevista a Ana Beatriz Figueiredo


Ana Beatriz Figueiredo, mais conhecida com “Bia” Figueiredo, é a entrevistada cuja entrevista vai ser publicada.
Esta piloto, de nacionalidade brasileira, competiu este ano na ronda inaugural da IndyCar Series (em São Paulo), sendo 13ª.
Ana Beatriz estreou-se nos monolugares em 2003, na Fórmula Renault Brasil (11ª, 1 volta mais rápida). No ano seguinte, fez novamente a Fórmula Renault Brasil, sendo 5ª com 8 pódios. Também em 2004 fez a Fórmula 3 América do Sul (2ª na classe Light, com 1 pole position e 4 pódios). Em 2005, Ana Beatriz fez 3 campeonatos. Na Fórmula Renault 2.0 Brasil foi 3ª (3 vitórias, 4 pole positions, 7 pódios e 3 voltas mais rápidas); na Fórmula 3 América do Sul, classe Light foi 5ª; e no Campeonato Sul-Americano de Fórmula 3 foi 19ª.
Em 2006, Ana Beatriz Figueiredo fez o Campeonato Sul-Americano de Fórmula 3, sendo 5ª com 1 pole position, 5 pódios e 1 volta mais rápida.
Em 2008, esta piloto fez a Firestone Indy Lights (3ª, 1 vitória, 6 pódios e 1 volta mais rápida), campeonato que repetiu em 2009, sendo desta feita 8ª com 1 vitória e 2 pódios.
Neste ano, fez a prova inaugural da IndyCar Series 2010, em São Paulo, sendo 13ª.

Eis a entrevista:

1 – Como começou a sua paixão pelas corridas de carros?
Desde criança, aos cinco anos, já amava assistir as corridas da Fórmula Indy e da Fórmula 1 pela televisão. Quando vi um kart pela primeira vez, fiquei doidinha para começar a correr.

2 – Para si, qual o melhor momento da sua carreira até agora? Porquê?
Acho que o atual. Estou mais experiente, madura e pronta para andar em uma categoria top.

3 – Para si, qual o pior momento da sua carreira até agora? Porquê?
Acho que foi a minha batida em Indianápolis neste ano, que me fez perder o carro e a etapa seguinte, em Milwaukee. Essa batida prejudicou muito o meu campeonato.

4 – Que piloto (ou pilotos) gosta mais de enfrentar nas pistas?
Hoje em dia não tenho preferências (risos). Lembro de muitas disputas no kart com Serjio Jimenez, Júlio Campos e Rafael Daniel, que foram muito intensas, mas hoje em dia lembro com boas risadas.

5 – Há dificuldade em angariar apoios (patrocínios, etc.)?
Foi um ano difícil para o automobilismo e para mim também. Mas acredito que, com o meu diferencial, e também da minha dupla de agentes, os ex-pilotos e empresários André Ribeiro e Augusto Cesário, levo uma grande vantagem.

6 – Aqui em Portugal a sua carreira é pouco conhecida. Pode fazer um breve resumo da carreira até à temporada 2009?
Comecei a correr de kart quando tinha nove anos de idade. Corri de 1994 a 2003. Em 2002, fui para a Fórmula Renault, categoria em que corri até 2005 e fui a primeira, e até agora, única mulher a vencer, três vezes. Em 2006, corri na Fórmula 3 Sul-Americana. Em 2007, treinei na Inglaterra e nos Estados Unidos. Em 2008, estreei na Firestone Indy Lights e fui a primeira mulher a vencer, no circuito oval de Nashville. Em 2009, venci novamente na Indy Lights, no oval de Iowa. Em 2010, devo estrear na Fórmula Indy. Em 2007 e em 2009, andei no programa de rookies da A1GP, com o time [ndr.:equipa] brasileiro comandado pelo Emerson Fittipaldi, na China e em Portugal. Já andei várias vezes nas 500 Milhas de Kart da Granja Viana, uma corrida de longa duração importante no Brasil, e vou andar novamente no primeiro sábado de dezembro, com a equipe do Rubens Barrichello [n.d.r.: Quando a entrevista foi feita, a corrida ainda não se tinha realizado]. E acabo de participar pela primeira vez do Desafio Internacional das Estrelas, uma corrida de kart promovida pelo Felipe Massa, no Brasil.

7 – Ainda que apenas tenha tido participações em sessões de estreantes, qual é a sensação de estar no A1GP, a trabalhar para representar o seu país?
Foi uma grande experiência. O carro é muito rápido e tecnologicamente avançado. E foi uma honra representar o Brasil.

8 – Qual o principal objectivo que tem na sua carreira? A F1 é ainda alvo a atingir?
O meu objectivo é a Fórmula Indy. Nesse momento não penso em ir para a Fórmula 1.

9 – Por último, pode deixar uma mensagem aos seus fãs?
Alô, fãs de Portugal! Agradeço aos que já me acompanham e torcem por mim. Aos que não me conhecem: espero que conheçam meu trabalho e conto com a torcida de vocês para o meu sucesso na Fórmula Indy. Um grande abraço a todos!

E foi a entrevista a Ana Beatriz Figueiredo.

A próxima entrevista a publicar será a Sam Bird, piloto britânico das GP2 Series, pela ART GP.