29/06/12

Entrevista a Christian Klien: "Na F1 tens que ter o carro certo no momento certo para ser bem-sucedido"


Entrevista a Christian KlienOlá! Hoje [29-06-2012], mais uma entrevista Motor Racing News, desta feita ao piloto austríaco Christian Klien.
Christian Klien é um jovem piloto da Áustria que seiniciou nos monolugares em 1999, na Fórmula BMW Junior Cup, depois de quatro anos bem-sucedidos nokarting. Logo na época de estreia, Christian Klien obtevetrês vitórias e uma pole position, para ser o quarto no final.
Em 2000 e 2001, Christian Klien correu na Fórmula BMW ADAC. No primeiro ano foi 10º e o terceiro entre osrookie (estreantes). No segundo ano, e depois de cinco vitórias e três pole positions, foi terceiro à geral.
No ano 2002 foi o ano de ascensão à Fórmula Renault 2000, sendo quinto na Eurocup e campeão no campeonato Alemão com quatro vitórias e duas pole positions.
Um ano mais tarde, em 2003, Christian Klien conseguiutrês vitórias, outros cinco pódios e ainda seis pole positions para ser o segundo nas Fórmula 3 Euroseries; na corrida do Masters of Formla 3 desse ano (disputada em Zandvoort), Christian Klien foi o vencedor.
Em 2004 deu-se a ascensão de Christian Klien à Fórmula 1, permanecendo no campeonato como piloto titular até ao fim de 2006 (primeiro na Jaguar Racing, depois na Red Bull Racing). Ao longo das três épocas, o austríaco somou 14 pontos e o seu melhor resultado foi um quinto lugar. Em 2007, Christian Klien continuou ligado à Fórmula 1 mas como piloto de reserva da Honda Racing.
Foi em 2008 que Christian Klien se estreou nas 24 Horas de Le Mans (classe principal - LMP1) com a Team Peugeot Total, sendo terceiro à geral. Neste ano, o austríaco fez ainda uma prova daAmerican Le Mans Series (segundo na classe LMP1 e na geral em Petit Le Mans) e foi piloto de testes da BMW Sauber F1 Team.
Continuando na Endurance em 2009, Christian Klien foi o sexto na classe LMP1 e à geral nas 24 Horas de Le Mans (Team Peugeot Total, com Pedro Lamy a ser um dos colegas de equipa). No mesmo ano, o austríaco foi quinto à geral e quarto na classe LMP1 nas 12 Horas de Sebring e o vencedor dos 1000km de Spa-Francorchamps.
Em 2010 Christian Klien regressou à Fórmula 1, sendo piloto de reserva e fazendo três corridas com a equipa HRT.
No ano de 2011, o piloto austríaco competiu nas 24 Horas de Le Mans (classe LMP1) com a Aston Martin Racing não conseguindo chegar ao fim da prova. No que respeita à Endurance, nesse ano Christian Klien ainda o nono na classe LMP1 e na geral das 6 Horas de Silverstone, com a Aston Martin Racing.
Por fim, em 2012, Christian Klien está a competir nos V8 Supercars e a estreia no Superstar Series acontece no fim-de-semana da publicação da entrevista, no circuito húngaro de Hungaroring.

Eis a entrevista:
1 – Como começou a sua paixão pelas corridas de carros?
O meu pai levou-me a corridas de F1 quando eu tinha 7 ou 8 anos, o Senna era o meu herói. Mais tarde, com 11 anos, ele comprou um Gokart e então comecei a adorá-lo, mais do que esquiar, e então decidi fazer corridas de carros em vez de corridas de esqui.

2 – Qual o melhor momento na sua carreira até agora? Porquê?
Quando venci o F3 Marlboro Master em Zandvoort em 2003, uma corrida fantástica e que criou interesse por parte da F1, e mais tarde no ano obtive o meu primeiro teste de F1 com a Jaguar em Valência. Outro ponto alto foi o meu melhor resultado na F1 no GP da China, quinta posição em 2005.

3 - Qual o pior momento na sua carreira até agora? Porquê?
F1, Mónaco 2006, estava quase a acabar no pódio e abandonei algumas voltas antes do fim com um problema de caixa de velocidades.

4 - Que piloto gostou mais como adversário?
O Tonio Liuzzi é ainda o meu melhor amigo do desporto motorizado, fomos colegas de equipa na Red Bull Racing. Mesmo partilhando o carro em 2005 nós conseguimos continuar bons amigos! Olho em frente para correr contra ele este fim-de-semana na Hungria.

5 – Atingiu a Fórmula 1 após uma carreira muito bem-sucedida nos vários campeonatos de promoção. Mas na Fórmula 1 foi diferente. O que faltou para o sucesso?
Na F1 tens que ter o carro certo no momento certo para ser bem-sucedido, e a Jaguar e a Red Bull Racing na altura eram equipas do meio do pelotão e somei algumas boas classificações nos pontos. Não se pode esquecer que apenas os primeiros seis carros pontuavam nessa altura.

Entrevista a Christian Klien
6 - Na Fórmula 1 começou com a Jaguar Racing. Uma coisa que nunca percebi: a Jaguar Racing era uma equipa tradicional de construtor (como a Ferrari) ou uma “privada” (como a HRT, a Red Bull, etc.)?
A Jaguar tinha o apoio da Ford, mas não de uma forma como a Ferrari, a BMW ou a Mercedes. Isso significa que o orçamento não era tão grande. A equipa era seguramente boa, como podes ver eles são a Red Bull agora. Eles só não tinham recursos como as grandes equipas nessa altura.

7 – Esteve na Jaguar Racing/Red Bull Racing durante a mudança de proprietário. A equipa Red Bull Racing é muito diferente da Jaguar Racing?
Eu estava lá quando mudou, mas tu não mudas uma grande operação num ano. Talvez após três anos tu poderias realmente ver mudanças com novas pessoas a chegar como o Adrian Newey.

8 – A sua última experiência na Fórmula 1 foi com a HRT. Como sentiu o carro Hispania F110?
Era uma equipa nova, carro novo, pessoas novas, tudo. Foi um trabalho muito difícil para toda a equipa ter tudo junto no momento, com um orçamento muito pequeno foi difícil melhorar durante o ano, mas pudeste ver as melhorias na aproximação à Virgin e à Lotus. O carro da HRT era complicado de conduzir devido à falta de downforce (n.t.: força descendente). Mas eu fiquei contente por fazer três corridas com eles nessa época. Pelo menos maior parte do tempo no carro eu superei o meu colega de equipa.

9 – Depois da Fórmula 1, competiu nas 24 Horas de Le Mans e outras competições de Endurance. Gostou mais deste tipo de competições do que de F1?
Eu participei em 2008 e 2009 com a Peugeot nas 24 Horas de Le Mans, depois do trabalho como piloto de testes da BMW Sauber F1. Acabei em terceiro na minha primeira participação em Le Mans. É correr num nível muito alto do desporto motorizado, especialmente quando trabalhas numa equipa de fábrica como a Peugeot. Em 2011 eu participei novamente com a Aston Martin em LMP1, infelizmente um ano muito mau para a equipa. Mas adoro este tipo de corridas e tu precisas também de estar muito em forma para ser bem-sucedido lá.

10 - Em 2009 um dos seus colegas de equipa em Le Mans foi o Pedro Lamy. Que opinião tem acerca deste piloto do meu país?
O Pedro é um bom amigo, eu conheço-o há muito tempo. Foi um grande jogador de equipa e um piloto muito rápido na Peugeot.

11 – Li que agora irá estrear-se nas Superstar Series. Quais são as suas expectativas para este novo desafio?
Esta é uma corrida para mim. Será a minha primeira vez neste campeonato, os treinos livres de sexta-feira irão ser a minha primeira vez nestes carros e irei assegurar-me que me habituo ao carro e me conforto. Há muitos bons pilotos com boa experiência, por isso será um desafio. Mas olhando em frente, estou seguro que é uma óptima prova num nível profissional. A SWISS Team é muito boa, por isso estou certo que me ajudará para, esperançosamente, fazer alguns bons resultados para eles.

12 – Quais são as suas expectativas para o futuro?
Vou ter duas grandes corridas este ano nos V8 Supercars em Sundown e em Bathrust, é um grande desafio e espero fazer o melhor com a Supercheap Auto Racing e com o Russel Ingall. Depois disso irei decidir e dar o próximo passo.
13 – Por fim: pode “enviar” uma mensagem aos seus fãs?
Para todos os fãs dos Superstars, espero que sigma a corrida em Budapeste e que cruzem os dedos pelo novo piloto!

imagens gentilmente cedidas pela assessoria de imprensa de Christian Klien

21/06/12

Entrevista a João Carlos Costa - "(...) uma das vitórias mais complicadas da Audi"

No regresso ao activo de Motor Racing News, uma entrevista com João Carlos Costa, comentador Eurosport para desporto automóvel. O assunto? Entrevista-balanço das 24 Horas de Le Mans de 2012.

Os principais tópicos da entrevista:

  • a vitória de Pedro Lamy na classe GTE-Am;
  • o triunfo da Audi, que João Carlos Costa considera "uma das mais complicadas da Audi - saiba porquê;
  • a novidade Toyota - o que mostrou em Le Mans e o que poderá fazer no futuro;
  • a outra novidade, o hybrid power;
  • o futuro das 24 Horas de Le Mans, principalmente devido às regras em vigor a partir de 2014;
  • os privados - porque é que estas equipas estão condenadas a não vencer Le Mans
  • a opinião de João Carlos Costa sobre o Delta-Wing - pode ser, em certos aspectos, uma base para aquilo que pode ser o futuro
  • o melhor e o pior da edição de 2012 das 24 Horas de Le Mans na opinião de João Carlos Costa;
  • o futuro de Pedro Lamy em Le Mans.

Não audível na entrevista, devido a problemas técnicos, foi a parte final. Aí, João Carlos Costa destacou os eventuais próximos pilotos portugueses para Le Mans, enunciando João Barbosa, Filipe Albuquerque e a sua relação com a Audi, e ainda Álvaro Parente. Também nesta parte final, João Carlos Costa destacou o público, nomeadamente os espectadores Eurosport Portugal e o clima de quase festa/convívio com que vivem as 24 Horas de Le Mans - e João Carlos Costa falou de um desejo: fazer as 24 Horas de Le Mans num local que permita público a assistir ao vivo.

Eis a entrevista:

fotografia: Website Eurosport Portugal.