13/08/11

Entrevista a Kevin Mirocha: Na Ocean Racing Technolgy «(...) todos são muito profissionais!»

Boa noite! A entrevista que hoje publico é ao piloto alemão da equipa lusa Ocean Racing Technology nas GP2 Series: Kevin Mirocha.

O piloto alemão começou a correr nos monolugares em 2007, na Fórmula BMW ADAC. Antes disso, teve uma carreira nos karts com vários sucessos, como no Campeonato NAB Holandês em 2003 ou no Campeonato DJKM em 2005. No seu ano de início nos fórmulas, Mirocha foi oitavo na Fórmula BMW ADAC, com um pódio, e foi 22º na Final Mundial de Fórmula BMW. No ano seguinte, Kevin Mirocha somou quatro pódios e o 6º lugar final na ATS Formel 3 Cup. Em 2009, Kevin Mirocha realizou seis corridas nas Fórmula 3 Euro Series. Em 2010, e devido a problemas financeiros, o jovem piloto alemão deu um passo para trás, ao descer da F3 para o campeonato Fórmula Renault 2.0 NEC (foi 9º com 1 vitória, 3 pódios e 2 voltas mais rápidas em 7 corridas) e realizou também duas corridas da Fórmula Renault 2.0 Eurocup.

Em 2011, Kevin Mirocha parece ter conseguido reerguer a sua carreira, ao ser contratado pela equipa lusa Ocean Racing Technology para fazer a época das GP2 Series. Até à pausa de Verão, Mirocha é 21º e ainda não somou qualquer ponto, apesar de já ter demonstrado ter talento para bons resultados.

Eis a entrevista:

1 – Como começou a sua paixão pelos carros de corridas?
Quando era novo o meu pai pilotava em karting apenas por diversão. Eu costumava vê-lo pilotar e dizia em criança: Eu quero pilotar também. Devido à sua paixão pela pilotagem ele comprou-me um “baby kart” quando eu tinha 3 anos e meio. Como os meus pais são polacos, nós fomos visitar a sua família aí. Na mesma cidade que visitámos havia uma pista de kart, e foi aí a minha primeira experiência de pilotagem na Polónia. Primeiro apenas por diversão, mas depois de eu conhecer o Robert Kubica, que tinha cerca de 10 anos na altura e que era já um piloto profissional de corridas de kart, eu soube nesse momento que quando crescesse eu queria pilotar em corridas também.
Mais tarde isto tornou-se como uma “droga” – quando comecei a correr, não havia paragem possível. Foi bom ver que o Robert tornou-se mais tarde um piloto de F1 e eu estou neste momento nas GP2 – um passo antes da F1.

2 – Qual o melhor momento da sua carreira até agora? Porquê?
Hmm, no geral é difícil de dizer que momento foi o melhor, porque todos os momentos têm algo especial.
Diria que agora é o melhor momento! Eu conduzo um carro óptimo e poderoso. É divertido lutar contra o carro e contra todos os outros pilotos experientes. Eu gosto de conhecer todas as grandes pistas de F1 – o Mónaco é inacreditável – isto é o desafio que eu procurava.
Preciso de aprender tudo: o carro, as paragens nas boxes, as pistas, os pneus de F1 Pirelli…
Eu sinto-me melhor e mais forte e mais confiante a cada dia e é uma grande diversão para mim mostrar a alguns pilotos experientes que eu sou um adversário difícil!

3 – Qual foi o pior momento da sua carreira até agora? Porquê?
Um piloto quer pilotar o seu talento a todos. 2010 foi um ano muito difícil para mim – como queres mostrar o teu talento se não conduzes?
Esta foi a altura em que senti a crise pessoalmente, sem patrocínios nem dinheiro próprios (sem pais ricos).
Eu tive muita ajuda dos meus pais e da SL Formula Racing (Renault 2.0). Claro que não foi a melhor solução do ponto de vista da carreira descer da F3 à Renault 2.0, mas talvez tenha sido positivo que isto acontecesse assim. Eu preparei-me ainda melhor para as corridas e disfrutei de todas as voltas na pista. Eu venci algumas corridas, o que foi muito importante para mim.

4 – Qual/quais é/são o/s piloto/s que gosta mais de enfrentar nas corridas?
Eu gosto mais de enfrentar os “grandes nomes”, claro que são bons, mas a razão principal é que eles conhecem bem os seus carros e tiram o melhor desempenho deles.
Eles têm o mínimo de respeito para te darem ainda um metro para te manteres vivo na pista,  por isso podes lutar muito, mas ainda limpo! Torna-se especialmente divertido vencer contra estes pilotos experientes.

5 – Como surgiu a oportunidade de fazer as GP2 Series com a Ocean Racing Technology?
Em 2010 eu sabia que precisava de mudar algo. Eu fiz tudo para correr novamente e conheci muitas pessoas novas. Eu encontrei finalmente uma empresa, a IHS International Ltd – o parceiro/gerente certo para o futuro. Juntos negociámos os próximos passos. Ambos trabalhámos bastante em conjunto e a porta abriu-se para as GP2. Eu estou contente por correr no campeonato certo com a equipa certa. Eu obtive muito apoio de que precisei como o piloto mais jovem no pelotão das GP2, da Ocean Racing e especialmente do Tiago Monteiro, que acredita no meu potencial.

6 – Pode fazer um resumo da época da ORT e da sua época nas GP2 Series até agora? As coisas estão a correr como esperado para si e para a equipa?
Estou muito contente em como as coisas estão actualmente a correr.
Como o piloto mais jovem eu preciso de experiência, preciso de aprender as novas pistas e todos os outros desafios. Eu obtive muito apoio da equipa para dar a volta por cima.
Até ao momento, não tenho cometido grandes erros e tenho tido sempre resultados consistentes. É de lamentar que não tenhamos ainda pontos, porque parece que em todas as corridas temos algum tipo de problema:
Em Istanbul era 8º e tive um furo a uma volta do final.
Em Barcelona os meus travões partiram.
No Mónaco em 8º um sensor do motor partiu-se e tive que parar.
Em Silverstone eu estive doente.
Em Nürburgring fui atirado for a depois da curva 4.
Em Budapest o [Charles] Pic tocou-me quando eu era 5º e perdi 3 posições…

Mas mesmo assim eu estive quase sempre melhor do que o meu colega de equipa, que tem já um ano de experiência com o carro de GP2.
E porque preciso de aprender as pistas primeiro, os meus resultados de qualificação por vezes são muito maus. Então eu parto mais ou menos de 25º e acabo mesmo assim nos dez primeiros! Isso faz-me feliz e estou seguro que quando tiver melhores resultados na qualificação irei somar pontos.
Eu sinto-me forte nas corridas e sei que a minha altura chegará…

7 – Como é trabalhar com a Ocean Racing Technology? Como é a “atmosfera” dentro da equipa portuguesa?
Eu gosto! Todos têm o seu trabalho, são motivados e sabem o que fazer. Os objectivos são claros, por isso todos são muito profissionais! Ou pondo as coisas mais simples: uma boa atmosfera de trabalho.

8 – Está já a planear a época de 2012? Há a possibilidade de se manter na sua equipa ou campeonato actual, o que pode contar ao blog?
Claro que a GP2 é o passo certo para o próximo ano. Mas a equipa ainda está aberta. É sempre importante conheceres os teus objectivos para dar os passos certos.

9 – Quais os seus objectivos para o futuro da sua carreira? A Fórmula 1 é o principal objectivo?
Sim, a Fórmula 1 é seguramente o meu principal objectivo!

10 – Por ultimo, pode enviar uma mensagem aos seus fãs?
Visitem-me no Facebook, Twitter ou pelo menos no meu website! ;-)
É bom ter tanto feedback e apoio.
Estou especialmente orgulhoso dos meus fãs polacos – eles disseram-me na pista que me viram na TV polaca e que me desejam boa sorte! Isso é bom!


imagem em: http://www.newsportevents.com/?p=7059

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