Olá! Hoje a entrevista é a Pedro Moreira dos Santos,
empresário do piloto português Álvaro Parente.
Eis a entrevista:
1) – Para começar, como surgiu a gestão da carreira do Álvaro
Parente na sua carreira?
Foi um bocado por acaso. Estava em Nurbürgring a acompanhar os Petiz e vejo a corrida do Álvaro na WS by Renault que acabou em 3º e em 5º. Era fácil perceber que estava ali um grande talento. Como depois me disseram que o Álvaro não tinha qualquer ajuda de ninguém e estava a correr convidado, achamos todos que devíamos ajudá-lo no sentido de dota-lo dos meios de poder prosseguir com a carreira.
Foi um bocado por acaso. Estava em Nurbürgring a acompanhar os Petiz e vejo a corrida do Álvaro na WS by Renault que acabou em 3º e em 5º. Era fácil perceber que estava ali um grande talento. Como depois me disseram que o Álvaro não tinha qualquer ajuda de ninguém e estava a correr convidado, achamos todos que devíamos ajudá-lo no sentido de dota-lo dos meios de poder prosseguir com a carreira.
2) – Como é gerir a carreira de um piloto de nível internacional?
Quais as maiores facilidades e dificuldades?
Nós gerimos carreiras de desportistas mas grande maioria do futebol. Um piloto é basicamente o oposto pois este necessita de arranjar meios para poder correr e por isso é obrigatório todo um trabalho de comunicação e abordagem das marcas no sentido de conseguir alcançar o máximo de benefício para todos. Foi difícil ao início entrar neste meio pois basicamente não conhecíamos ninguém no meio. Felizmente que este mundo é pequeno e muitos dos conhecimentos do futebol acabaram por ser benéficos no contacto com equipas e marcas.
Nós gerimos carreiras de desportistas mas grande maioria do futebol. Um piloto é basicamente o oposto pois este necessita de arranjar meios para poder correr e por isso é obrigatório todo um trabalho de comunicação e abordagem das marcas no sentido de conseguir alcançar o máximo de benefício para todos. Foi difícil ao início entrar neste meio pois basicamente não conhecíamos ninguém no meio. Felizmente que este mundo é pequeno e muitos dos conhecimentos do futebol acabaram por ser benéficos no contacto com equipas e marcas.
Por outro lado, trabalhar com o
Álvaro é um prazer. Tem uma personalidade fantástica e é bastante divertido.
Considero-me mais um amigo que um “manager”. A grande dificuldade é gerir a
sensação de injustiça que o Álvaro por vezes sente quando pessoas com grande
responsabilidade lhe dizem o grande talento que possui mas que isso por si só
não chega para estar já na F1.
Foi também desapontante ver
algumas pessoas a tentarem criar dificuldades à progressão da carreira do
Álvaro mas felizmente não conseguiram prevalecer.
3) – Em relação ao Álvaro Parente, têm surgido novos
patrocinadores e novos contactos ou esta época mais discreta, e em crise
económica, está a afastá-los?
Foi bem mais difícil este ano, apesar de no final da época passada
acreditar o contrário. Infelizmente esta crise apareceu na pior altura e
alterou completamente o cenário o que nos obrigou a ter de, novamente, ficar
até ao final do prazo para conseguir fechar com uma equipa. Este ano temos o
orgulho de ter como novos patrocinadores a TMN e Aurora Group.
4) – Há contactos com equipas de Fórmula 1 para um lugar como
piloto titular em 2010? Se sim, pode precisar com quantas e/ou com quais
equipas?
Há contactos, alguns muito avançados. Não sabemos ainda quais os
lugares vagos em 2010 pelo que vamos mantendo conversações com diversas
equipas.
5) – O que tem corrido mal ao Álvaro Parente esta época para os
resultados menos bons? A juventude da equipa tem alguma influência?
Esta época temos tido bastante azar. Pequenos azares de corrida
acabaram por ter resultados catastróficos logo na corrida de sábado o que acaba
por condicionar todo o fim-de-semana. No entanto, o Álvaro tem estado sempre
muito rápido e competitivo. A equipa é nova e obviamente não está ainda a 100%.
No entanto o trabalho que vem sendo desenvolvido é excelente e não tenho
duvidas que vamos acabar o campeonato no Top 5 e que no futuro a Ocean será uma
das equipas mais procuradas no paddock.
O José Guedes e Tiago Monteiro desde cedo que procuraram ter o Álvaro e o
Chandok na equipa, sendo por isso uma das melhores duplas do campeonato.
6) – Como é que o Álvaro Parente tem reagido a esta onda de azar
e/ou problemas que o têm vindo a assolar desde 2008?
Ao princípio algo desesperado mas sempre tivemos a certeza que se
mantivesse o ritmo que evidenciava e a dar sempre 100% que os resultados
acabariam por aparecer.
7) – Para concluir, pode deixar uma mensagem aos fãs do Álvaro
Parente?
Só posso agradecer. Creio que os apoiantes do Álvaro são
claramente os mais aficionados e mais dedicados. Basta ler os fóruns e
facilmente se percebe o carinho que o Álvaro desperta. A Stilo, marca italiana
de capacetes apoia o Álvaro Parente pois o seu dono, ao ver uma corrida de GP2
disse: “quero aquele que conduz como o Gilles Villeneuve”. Eu também disse isso
e creio que é o mesmo sentimento que provoca aos fãs: é claramente o piloto
mais espectacular em pista, de uma garra tremenda, independentemente do lugar
que ocupe em pista. Deixamos de ter pressa em ter um site porque os fãs criaram
um dos melhores blogs de um desportista que conheço. Têm sido incasáveis e de
um envolvimento inacreditável. Espero que o futuro do Álvaro os venha a
compensar.
E foi a entrevista a Pedro Moreira Santos.
Para a semana, a entrevista será a -Karline Stala, uma
piloto da Letónia que em 2008 participou na ATS Formel 3 Cup.
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