Olá! Hoje a entrevista é a Sérgio Jimenez, piloto
brasileiro. Em 2000, Sérgio Jimenez competiu no Campeonato Europeu
Fórmula A de Karting, sendo 25º, e no Campeonato Mundial Fórmula A também em
Karting, sendo 25º. Em 2001, o piloto fez o Campeonato Europeu de Fórmula A em
Karting novamente, sendo agora o 13º. No ano seguinte (2002), estreou-se nos
monolugares, na Fórmula Renault 2.0 Brasil, em 2002, sendo o campeão com 2 pole
positions, 7 pódios e 1 volta mais rápida em 10 corridas; em 2003 competiu na
Fórmula Renault 2.0 Reino Unido, sendo 11º, com 150 pontos. Em 2005 regressou
aos karts, sendo o 30º no Campeonato Mundial Fórmula A. Em 2006, Sérgio Jimenez
voltou aos monolugares, na Fórmula 3 Espanhola, sendo o 5º, com 1 vitória, 1
pole position, 5 pódios e 1 volta mais rápida em 16 corridas. A sua equipa na
Fórmula 3 Espanhola, Racing Enginneering, promoveu-o às GP2 Series. Neste
campeonato, participou em apenas 5 corridas, correspondentes a 3 rondas, e
ficou em 23º. Na época de 2007-08, Sérgio Jimenez representou o Brasil na A1GP,
sendo 14º, com um pódio em 14 corridas.
Actualmente,
compete em campeonatos de kart de destaque no Brasil.
Eis a entrevista:
1) – Como começou a sua paixão por corridas de carros?
Desde garoto sempre gostei de carros e velocidade. Meu pai e meu
tio sempre gostaram e tinham carros potentes, preparados e sempre iam na
Fórmula 1.
Em Agosto de 94 meu pai me levou para assistir a inauguração do
Kartódromo de Itu. Lá conhecemos um pai de piloto que nos apresentou para uma
equipe que falou aonde comprava um kart
e… O resto vocês já sabem…
2) – Na sua opinião qual foi o melhor momento da sua carreira até
agora? Porquê?
Com certeza foi quando consegui entrar na GP2. Para todo piloto
poder andar ali já é óptimo, mas para mim foi até mais que isso. Eu não tinha
uma situação financeira nem perto de poder estar ali e só consegui andar lá por
méritos próprios e de todas pessoas que estavam ao meu lado
3) – Na sua opinião qual foi o pior momento da sua carreira até
agora? Porquê?
Acho que pior momento é a dificuldade de se conseguir um
patrocinador/investidor para você ter a tranquilidade de poder somente pilotar,
se concentrar somente no que você sabe melhor fazer. Eu em toda minha carreira
tive isso somente no kart no começo
da minha carreira, quando minha família podia dar suporte para mim. Depois
disso meu pai teve problemas financeiros e acabei que sempre ter que correr com
a corda no pescoço, sem poder bater, sem poder passar pneu novo, sem poder
treinar, enfim… sem um suporte realmente digno para poder pilotar sem pensar em
mais nada. Isso é um sonho para mim.
4) – Que piloto (ou pilotos) gosta mais de enfrentar/ver nas
pistas?
Hoje em dia não tenho ninguém muito especial já que não estou
correndo muito, somente nos campeonatos importantes do kart aqui no Brasil e
alguma provas fora do país.
5 – Qual o seu maior ídolo no desporto motorizado?
Não sou da época deles, mas pelo que vejo em vídeo gostava claro
muito do Ayrton Senna e do Nelson Piquet. Ayrton pela agressividade e arrojo,
Piquet pela sua frieza e inteligência.
Não podemos deixar nunca de lado
Emerson Fittipaldi. Foi ele quem abriu as portas para todos nos e ainda foi
bicampeão da F1 e de Indianápolis.
6) – Ao longo da sua carreira tem tido, ou tem actualmente,
dificuldades em arranjar apoios?
Como citei na questão acima, tive e tenho dificuldades em
conseguir apoio. Hoje em dia precisa ter muito dinheiro e ou algum contacto bom
para poder alguém lhe ajudar com o apoio e você correr nos lugares e equipes
certas.
7) – Aqui em Portugal há poucas informações sobre a sua carreira.
Que campeonato está a fazer/fez esta época? E como irá ser 2010?
Hoje em dia estou correndo só os campeonatos importantes de kart aqui no Brasil e algumas provas
fora do Brasil. Também trabalho no desenvolvimento para uma fábrica de kart aqui no Brasil, estou dando aulas,
assessorias, consultorias para pilotos que já andam ou que querem começar a
andar.
Também faço uma Clínica de kart para o pessoal que anda mais por hobbby, para eles andarem realmente do
modo certo e aprenderem do modo certo.
8) – Qual o maior objectivo que tem para a sua carreira?
Gostaria muito de poder voltar a pilotar fórmulas. Europa esta
muito difícil mas estou tentando ir para os EUA e também algumas conversas tem
acontecidos na Stock Car Brasil.
Acho que o maior objectivo mesmo é poder viver do automobilismo,
se for possível, pilotando!!! É o que mais gosto de fazer e é o melhor que sei
fazer.
9) – A sua passagem pelas GP2 Series foi repentina, e depois fez a
A1GP, antes de ser “Powered by Ferrari”. Acha que está mais longe de uma
possível entrada na F1 por causa disso?
Temos que ser realistas que hoje esta muito difícil para mim
pensar em F1. Quando andei na GP2 as chances eram maiores, até mesmo na A1 GP.
Hoje acredito em um caminho nos EUA seria mais viável para
mim, tanto na carreira quanto financeiramente.
10) – Já conduziu ou viu o Autódromo do Algarve? Se sim, que
opinião tem sobre o circuito?
Nunca conduzi, na verdade j em simulador. Vi na TV algumas
corridas lá também e pelo que vi achei muito legal. Tem diversas subidas e
descidas que deixam o circuito muito mais desafiador e difícil também para
acertar o carro.
Gostaria muito de ter a
oportunidade de andar.
11) – Na sua opinião, quais os pilotos das GP2 Series e demais
categorias de promoção à F1 que considera como mais promissores?
Acho que depende de muitos factores: sorte,
estar no lugar certo na hora certa, estar com a pessoa (empresário, manager)
certa, influência, enfim. Às vezes entram pilotos que nunca ouvirmos falar na
F1, exatamente por contar com várias coisas que hoje na minha opinião contam
mais que o talento.
12) – Por último, pode deixar uma mensagem aos seus fãs?
Eu agradeço a todos que torceram e torcem por mim ate hoje. Ainda
não desisti de correr e espero que logo possa estar disputando alguma categoria
de grande divulgação para vocês acompanharem mais de perto minha trajectória.
Enquanto isso acompanhem pelo meu site e Twitter o que ando
fazendo:
E foi a entrevista a Sérgio Jimenez.
A próxima entrevista a publicar será a Alberto
Valerio, o piloto brasileiro das GP2 Series.